Um estudo realizado pela Universidade de Stanford analisou que a maioria dos pacientes com sintomas moderados ou graves de Covid-19 tem pelo menos um sintoma de longo prazo. Os pesquisadores descobriram que aproximadamente três quartos das pessoas continuaram a apresentar fadiga, dificuldade para respirar e até mesmo problemas de concentração após a desinfecção. O tempo de permanência desses sintomas longos podem variar de 60 dias até seis meses.
Ainda de acordo com a pesquisa, os médicos devem continuar prestando assistência aos pacientes mesmo após o término da Covid aguda, aconselhando-os e tratando-os da melhor maneira possível.
“Nós não tínhamos dados sobre pacientes que tiveram Covid-19 e simplesmente seguiram adiante, então o nosso objetivo não é causar alarde com o fato de 73% dos indivíduos apresentarem sintomas de longo prazo. Além disso, queremos que as pessoas entendam que estes pacientes estudados foram, em sua maioria, hospitalizados. Portanto só podemos generalizar nossas descobertas para essa parcela em particular”, diz a autora principal do estudo, Tahmina Nasserie, à CNN.
Os efeitos colaterais da Covid-19 são variados e, portanto, muito difíceis de serem detectados e previstos, o que significa que muitos poderão apresentar sintomas leves e terão uma rápida recuperação ao mesmo tempo que outros podem sofrer mais a longo prazo. Outros estudos sugerem que estes últimos pacientes são mais comuns do que parecem: cerca de um a cada quatro.
Para a conclusão do relatório os pesquisadores analisaram 45 pesquisas publicadas no período de 1º de janeiro a 11 de março de 2020, contemplando mais de 9.700 pacientes, e focaram especificamente nos sintomas “permanentes”, aqueles que permanecem por pelo menos 60 dias após o diagnóstico, início dos sintomas e internação em hospitais ou 30 dias após a recuperação.
Os resultados mostraram que 73% dos pacientes relataram o aparecimento de pelo menos um dos sintomas longos, sendo o mais comum deles a fadiga, atingindo cerca de 40% das pessoas. Além disso, 36% disseram ter adquirido falta de ar e 29,4% relataram ter problemas para dormir e insônia. Outros 25% apresentaram problemas de concentração, conhecido como névoa cerebral, e 11% afirmaram ter perdido o apetite.
“Os estudos puderam mostrar que alguns sintomas da Covid-19 persistem mesmo após o término da fase aguda da doença, mas há uma necessidade de padronizar os projetos e melhorar a qualidade dos estudos. As nossas descobertas devem ajudar a melhorar a qualidade de novos estudos e avaliar melhor os resultados de longo prazo ligados à Covid-19", dizem os autores.
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