O biólogo Robert Cowie, da Universidade do Havaí, conta que os primeiros exemplares do caramujo-gigante-africano (Lissachatina fulica) chegaram ao país na década de 1930 por meio dos imigrantes japoneses que queriam criar esses animais como bichos de estimação. Desde então, esse molusco acabou assumindo o controle ecológico e ganhando espaço na agricultura entre as espécies nativas da região.
Já na década de 1960, os caramujos-gigantes-africanos foram levados para os Estados Unidos de uma maneira quase inacreditável: de acordo com o site Wired, um menino que passava as férias no Havaí com a família acabou guardando consigo alguns exemplares do animal.
Nessa época, os caramujos já estavam sendo combatidos no Havaí e mal sabiam os americanos que eles logo se tornariam uma ameaça por lá também. De volta para casa, o menino logo se cansou dos moluscos e os entregou para sua avó, que acabou por soltar os caramujos no jardim. Como essa espécie se reproduz com muita facilidade, não é difícil imaginar a dimensão da situação que o menino inocentemente criou.
Fonte da imagem: Shutterstock
Campeões de reprodução
Além de serem hermafroditas, os moluscos africanos são, digamos, bons amantes. Assim fica fácil entender como a espécie conseguiu se espalhar pelo mundo inteiro. O biólogo explica que esses animais possuem os dois sexos e se adaptam de acordo com a situação. Em alguns casos, eles conseguem até mesmo cruzar reciprocamente.
Uma vez fertilizado, o caramujo enterra centenas de ovos a alguns centímetros da superfície do solo. Por causa do tamanho impressionante da espécie – que pode chegar a medir 30 centímetros e pesar quase meio quilo –, os pequenos moluscos nascem maiores do que as espécies nativas, o que representa uma vantagem contra os predadores.
Porém, enquanto o animal se multiplica rapidamente, o seu combate é muito mais demorado. A Flórida precisou de sete anos para erradicar os caramujos e em alguns países simplesmente não é possível controlar o número de animais.
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Uma nova infestação
A má notícia é que em 2011 ocorreu uma nova infestação na Flórida. Desta vez, não foi nenhuma criança adorável quem carregou os animais de volta para o território americano, mas sim praticantes de religiões ligadas ao vodu. Dá pra acreditar?
Cowie explica que o muco do animal é utilizado em alguns rituais e ele suspeita que os praticantes tenham soltado os caramujos na região de Miami para que eles pudessem se reproduzir livremente. Embora o animal seja usado em rituais de cura, existem relatos de que as pessoas que ingerem o muco do molusco passam violentamente mal.
Independente de quem seja a culpa, a nova infestação preocupa as autoridades competentes. Para termos uma ideia da dimensão do problema, estima-se que os agricultores tenham recolhido 137 mil caramujos nos últimos dois anos. Em termos de comparação, apenas 17 mil animais tinham sido coletados na década de 1960.
Uma nova infestação
A má notícia é que em 2011 ocorreu uma nova infestação na Flórida. Desta vez, não foi nenhuma criança adorável quem carregou os animais de volta para o território americano, mas sim praticantes de religiões ligadas ao vodu. Dá pra acreditar?
Cowie explica que o muco do animal é utilizado em alguns rituais e ele suspeita que os praticantes tenham soltado os caramujos na região de Miami para que eles pudessem se reproduzir livremente. Embora o animal seja usado em rituais de cura, existem relatos de que as pessoas que ingerem o muco do molusco passam violentamente mal.
Independente de quem seja a culpa, a nova infestação preocupa as autoridades competentes. Para termos uma ideia da dimensão do problema, estima-se que os agricultores tenham recolhido 137 mil caramujos nos últimos dois anos. Em termos de comparação, apenas 17 mil animais tinham sido coletados na década de 1960.
Fonte da imagem: Shutterstock
O impacto ambiental
Hoje, os moradores de Miami são obrigados a conviver com essas criaturas que causam uma série de transtornos. Além de se alimentarem de 500 tipos de plantas economicamente relevantes na região, os moluscos gigantes estão começando a devorar as casas, preferencialmente aquelas cujo acabamento contém cálcio, que é a substância que eles mais precisam para manter seu crescimento e fortalecer suas conchas. Ou você pensou que era fácil manter o corpinho em dia quando se é um caramujo gigante?
Se isso já não fosse o bastante, esses animais também estão atrapalhando a vida dos motoristas, que precisam ter cuidado redobrado ao dirigir por áreas infestadas. Por causa de suas conchas grandes, fortes e pontiagudas, elas acabam furando os pneus dos veículos que passam por cima delas. Todos esses problemas estão fazendo com que o estado da Flórida desembolse milhões de dólares na tentativa de combater os animais.
Talvez você tenha imaginado que incluir esses animais na alimentação seria uma boa saída para diminuir o número de exemplares soltos na cidade. De fato, os caramujos-gigantes-africanos podem ser consumidos, mas eles precisam ser extremamente bem cozidos para eliminar o risco de doenças, já que essa espécie é hospedeira natural do parasita que causa meningite. Ainda existem casos de pessoas que ingerem o animal inadvertidamente, afinal, eles estão presentes em muitas plantas que também fazem parte da nossa alimentação.
Agora, o que realmente não deve ser feito é jogar sal em cima do molusco. A osmose faz com que o animal desidrate e morra de maneira cruel. Os moradores que encontrarem caramujos são orientados a utilizar venenos específicos ou reportar às autoridades competentes.
O impacto ambiental
Hoje, os moradores de Miami são obrigados a conviver com essas criaturas que causam uma série de transtornos. Além de se alimentarem de 500 tipos de plantas economicamente relevantes na região, os moluscos gigantes estão começando a devorar as casas, preferencialmente aquelas cujo acabamento contém cálcio, que é a substância que eles mais precisam para manter seu crescimento e fortalecer suas conchas. Ou você pensou que era fácil manter o corpinho em dia quando se é um caramujo gigante?
Se isso já não fosse o bastante, esses animais também estão atrapalhando a vida dos motoristas, que precisam ter cuidado redobrado ao dirigir por áreas infestadas. Por causa de suas conchas grandes, fortes e pontiagudas, elas acabam furando os pneus dos veículos que passam por cima delas. Todos esses problemas estão fazendo com que o estado da Flórida desembolse milhões de dólares na tentativa de combater os animais.
Talvez você tenha imaginado que incluir esses animais na alimentação seria uma boa saída para diminuir o número de exemplares soltos na cidade. De fato, os caramujos-gigantes-africanos podem ser consumidos, mas eles precisam ser extremamente bem cozidos para eliminar o risco de doenças, já que essa espécie é hospedeira natural do parasita que causa meningite. Ainda existem casos de pessoas que ingerem o animal inadvertidamente, afinal, eles estão presentes em muitas plantas que também fazem parte da nossa alimentação.
Agora, o que realmente não deve ser feito é jogar sal em cima do molusco. A osmose faz com que o animal desidrate e morra de maneira cruel. Os moradores que encontrarem caramujos são orientados a utilizar venenos específicos ou reportar às autoridades competentes.
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