Aterosclerose.
Por George Thanassoulis, MD, MSc, Associate Professor of Medicine, McGill University; Director, Preventive and Genomic Cardiology, McGill University Health Center
Mehdi Afshar, MD, Clinical Fellow in Adult Cardiology, University of Toronto
A aterosclerose é um quadro clínico no qual depósitos irregulares de material gorduroso (ateromas ou placas ateroscleróticas) se desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande porte, levando a um fluxo sanguíneo reduzido ou bloqueado.
A aterosclerose é causada por lesão repetida nas paredes das artérias.
Muitos fatores contribuem para essa lesão, incluindo hipertensão arterial, tabagismo, diabetes e níveis elevados de colesterol no sangue.
A obstrução dos vasos sanguíneos resultante de aterosclerose é uma causa comum de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.
Muitas vezes, os primeiros sintomas são dores ou cãibras quando o fluxo sanguíneo não consegue suprir as demandas de oxigênio dos tecidos.
Para prevenir a aterosclerose, as pessoas precisam parar de fumar, melhorar sua dieta, praticar exercícios físicos regularmente e manter o controle de sua pressão arterial, nível de colesterol e diabetes.
A progressão da aterosclerose para essas complicações de risco à vida, como um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, requer tratamento emergencial.
Nos Estados Unidos e na maioria dos outros países desenvolvidos, a aterosclerose é a principal causa de doença e morte. Em 2015, a doença cardiovascular, principalmente doença arterial coronariana (aterosclerose que afeta as artérias que fornecem sangue ao coração) e acidente vascular cerebral (aterosclerose que afeta as artérias que se dirigem ao cérebro - Fornecimento de sangue para o cérebro), causou quase 15 milhões de mortes no mundo inteiro, tornando a aterosclerose a causa principal de morte em âmbito mundial.
A aterosclerose pode afetar as artérias de médio e grande porte do cérebro, coração, rins, outros órgãos vitais e pernas. Ela é o tipo mais importante e mais comum de arteriosclerose, um termo geral para várias doenças em que as paredes das artérias tornam-se mais espessas e menos elásticas.
Vaso sanguíneo normal e vaso sanguíneo parcialmente bloqueado
Arteriosclerose, que significa endurecimento (esclerose) das artérias, é um termo geral para várias doenças em que a parede de uma artéria torna-se mais espessa e menos elástica. Existem três tipos:
Aterosclerose
Arteriosclerose de Mönckeberg
Aterosclerose, o tipo mais comum, significa endurecimento relacionado a placas, que são depósitos de materiais gordurosos. Ela afeta as artérias de médio e grande porte.
Arteriolosclerose significa endurecimento das arteríolas, que são pequenas artérias. Ela afeta principalmente as camadas internas e intermediárias das paredes das arteríolas. As paredes engrossam, estreitando as arteríolas. Como resultado, os órgãos abastecidos pelas arteríolas afetadas não recebem sangue suficiente. Os rins são afetados frequentemente. Esse distúrbio ocorre principalmente em pessoas que têm hipertensão arterial ou diabetes. Qualquer uma destas doenças pode afetar as paredes de arteríolas, resultando em espessamento.
A arteriosclerose de Mönckeberg afeta artérias de pequeno a médio porte. Ocorre o acúmulo de cálcio dentro das paredes das artérias, o que as torna rígidas, mas sem estreitamento. Esse distúrbio essencialmente inofensivo geralmente afeta homens e mulheres com mais de 50 anos.
Causas da aterosclerose
O desenvolvimento da aterosclerose é complicado, mas o evento primário parece estar relacionado a lesões repetidas no revestimento interno das artérias (endotélio) através de vários mecanismos. Esses mecanismos incluem
Tensões físicas decorrentes de fluxo sanguíneo turbulento (como o que ocorre no local em que as artérias se ramificam, principalmente em pessoas que têm hipertensão)
Tensões inflamatórias envolvendo o sistema imunológico (como quando as pessoas fumam cigarros)
Anormalidades químicas na corrente sanguínea (como colesterol alto ou nível alto de açúcar no sangue como ocorre no diabetes mellitus)
Infecções por algumas bactérias ou vírus (como Chlamydia pneumoniae ou citomegalovírus) também podem aumentar a inflamação no revestimento interno da artéria (endotélio) e levar à aterosclerose.
Depósitos de gordura na artéria coronariana
Formação de placas
A aterosclerose começa quando a parede da artéria lesionada cria sinais químicos que fazem com que certos tipos de leucócitos (monócitos e células T) se adiram à parede da artéria. Essas células se movem para a parede da artéria. Nessa região, elas são transformadas em células espumosas que coletam colesterol e outros materiais gordurosos e desencadeiam o crescimento de células do músculo liso na parede da artéria. Com o tempo, essas células espumosas carregadas de gordura se acumulam. Elas formam depósitos irregulares (ateromas, também chamados de placas) com uma cobertura fibrosa no revestimento da parede da artéria. Com o passar do tempo, há o acúmulo de cálcio nas placas. As placas podem se espalhar por todas as artérias médias e grandes, mas elas geralmente começam onde as artérias se ramificam.
Placa aterosclerótica
Como a aterosclerose se desenvolve
A parede de uma artéria é composta de várias camadas. O revestimento ou camada interna (endotélio) geralmente é regular e ininterrupto. A aterosclerose começa quando o revestimento é ferido ou desenvolve alguma doença. Então, certos leucócitos chamados monócitos e células T são ativados e saem da corrente sanguínea, atravessam o revestimento da artéria e chegam a sua parede. No interior do revestimento, eles são transformados em células espumosas, que são células que coletam materiais gordurosos, principalmente colesterol.
Com o tempo, as células do músculo liso movem-se da camada intermediária para o revestimento da parede da artéria e se multiplicam nessa região. Materiais de tecido conjuntivo e elástico também se acumulam na região, como também podem se acumular detritos de células, cristais de colesterol e cálcio. Esse acúmulo de células carregadas de gordura, células do músculo liso e outros materiais formam um depósito irregular chamado ateroma ou placa aterosclerótica. À medida que crescem, algumas placas tornam as paredes das artérias mais espessas e invadem o canal da artéria. Essas placas podem limitar ou bloquear uma artéria, diminuindo ou interrompendo o fluxo sanguíneo. Outras placas não obstruem a artéria gravemente, mas podem se romper, provocando a formação de um coágulo de sangue que bloqueia a artéria repentinamente.
Ruptura de placa
As placas podem crescer dentro da abertura (lúmen) da artéria, provocando um estreitamento gradual. Quando a aterosclerose estreita uma artéria, os tecidos supridos pela artéria podem não receber sangue e oxigênio em quantidade suficiente. As placas também podem crescer na parede da artéria, onde não bloqueiam o fluxo de sangue. Ambos os tipos de placas podem se romper, expondo o material na corrente sanguínea. Esse material desencadeia a formação de coágulos de sangue. Esses coágulos de sangue podem bloquear todo o fluxo sanguíneo através de uma artéria repentinamente, evento que é a principal causa de um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral. Às vezes, esses coágulos sanguíneos se desprendem, viajam através da corrente sanguínea e bloqueiam uma artéria em outras partes do corpo. Da mesma forma, pedaços da placa podem se desprender, viajar através da corrente sanguínea e bloquear uma artéria em outros lugares.
Ruptura de placa
Fatores de risco para aterosclerose
Alguns fatores de risco para a aterosclerose podem ser modificados ( Considerações gerais sobre a doença arterial coronariana (DAC) : Prevenção).
Os fatores de risco modificáveis incluem
Tabagismo
Níveis altos de colesterol no sangue
Hipertensão arterial
Diabetes
Obesidade
Sedentarismo
Baixo consumo diário de frutas e legumes
Os fatores de risco que não podem ser modificados incluem
Ter histórico familiar de aterosclerose precoce (ou seja, ter um parente próximo do sexo masculino que desenvolveu a doença antes dos 55 anos ou uma parente próxima que desenvolveu a doença antes dos 65 anos)
Idade avançada
Ser do sexo masculino
Há muitos fatores de risco que ainda estão sendo estudados, como níveis elevados de proteína C reativa (uma proteína inflamatória) no sangue, níveis elevados de alguns componentes do colesterol, como apolipoproteína B ou lipoproteína (a), e fatores psicossociais (como ansiedade ou baixo nível socioeconômico).
Tabagismo
Um dos fatores de risco modificáveis mais importantes é o tabagismo. (O uso de outras formas de tabaco, como a forma aspirada [rapé] e a forma para mascar, também aumenta o risco). O risco de um fumante desenvolver algumas formas de aterosclerose, tais como doença arterial coronariana, está diretamente relacionado com a quantidade de tabaco fumada diariamente. O risco de um ataque cardíaco triplica em homens e aumenta seis vezes em mulheres que fumaram 20 ou mais cigarros por dia em comparação com os não fumantes. Em pessoas que já têm um alto risco de doença cardíaca, o uso do tabaco é particularmente perigoso.
O uso do tabaco diminui o nível de colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), o colesterol “bom”, e aumenta o nível de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), o colesterol “ruim”. Fumar aumenta o nível de monóxido de carbono no sangue, o que pode aumentar o risco de lesão no revestimento das paredes das artérias. O uso de tabaco faz com que as artérias já estreitadas pela aterosclerose se contraiam, diminuindo ainda mais a quantidade de sangue que chega aos tecidos. Além disso, o uso do tabaco aumenta a tendência de coagulação do sangue (por tornar as plaquetas mais pegajosas), o que aumenta o risco de doença arterial periférica (aterosclerose que afeta outras artérias que não suprem o coração e o cérebro),doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e bloqueio de um enxerto arterial colocado durante uma cirurgia de revascularizaçãoou cirurgia para desvio de uma artéria bloqueada em outra parte do corpo.
As pessoas que param de fumar têm apenas metade do risco das pessoas que continuam fumando, independentemente de quanto tempo eles fumaram antes de pararem de fumar. Parar de fumar também diminui o risco de morte após cirurgia de revascularização do miocárdio ou de um ataque cardíaco, além de reduzir o risco de doenças e de morte em pessoas que têm doença arterial periférica. Os benefícios de parar de fumar começam imediatamente a aumentam com o tempo.
O tabagismo passivo (inalar fumaça de tabaco de terceiros) parece aumentar o risco também. Ele deve ser evitado.
Você sabia que...
O tabagismo é um importante fator de risco para aterosclerose.
Níveis de colesterol
Níveis de colesterol LDL elevados representam outro importante fator de risco modificável. Uma dieta rica em gorduras saturadas ( Tipos de gordura) faz com que os níveis de colesterol LDL aumentem em pessoas suscetíveis. Os níveis de colesterol também aumentam conforme as pessoas envelhecem e são normalmente mais elevados em homens do que em mulheres, embora os níveis de aumentem em mulheres após a menopausa. Vários distúrbios hereditários resultam em níveis elevados de colesterol ou de outras gorduras. As pessoas com esses distúrbios hereditários podem ter níveis extremamente elevados de colesterol e (se não tratadas) morrer de doença arterial coronariana em uma idade precoce.
A redução dos níveis elevados de colesterol LDL pelo uso de medicamentos pode reduzir significativamente o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e morte. Há muitos tipos de medicamentos redutores de lipídios disponíveis ( Medicamentos hipolipemiantes). As estatinas são o tipo mais comum.
Nem todos os níveis de colesterol alto aumentam o risco de aterosclerose. Um nível elevado de HDL (o colesterol “bom”) diminui o risco de aterosclerose.
O nível desejado de colesterol total, que inclui o colesterol LDL, o colesterol HDL e os triglicerídeos, é de 140 a 200 mg/dL (3,6 a 5,2 mmol/L). O risco de um ataque cardíaco mais do que dobra quando o nível de colesterol total se aproxima de 300 mg/dL (7,8 mmol/L). O risco diminui quando o nível de colesterol LDL permanece inferior a 130 mg/dL (3,4 mmol/L) e o nível de colesterol HDL permanece superior a 40 mg/dL (1 mmol/L). Pessoas com risco elevado, como as que têm diabetes ou doença cardíaca aterosclerótica ou que tiverem sofrido um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou cirurgia de revascularização, se beneficiarão de estatinas em doses altas para reduzir o colesterol LDL tanto quanto possível. No entanto, a porcentagem de colesterol HDL em relação ao colesterol total é uma medida mais confiável do risco do que o nível de colesterol total ou LDL. O colesterol HDL deve representar mais do que 25% do colesterol total. Altos níveis de triglicérides são frequentemente associados com baixos níveis de colesterol HDL. No entanto, as evidências sugerem que apenas níveis elevados de triglicérides também podem aumentar discretamente o risco de aterosclerose.
Hipertensão arterial
A hipertensão não controlada é um fator de risco para ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, os quais são causados por aterosclerose. O risco de doença cardiovascular começa a aumentar quando os níveis de pressão arterial ficam acima de 110/75 mm Hg. Controlar a hipertensão arterial reduz o risco evidentemente. Os médicos geralmente tentam atingir uma pressão arterial inferior a 140/90 mm Hg e, muitas vezes, inferior a 130/80 mm Hg em pessoas com risco de doença cardiovascular como as que sofrem de diabetes ou doença renal.
Diabetes mellitus
Pessoas que têm diabetes mellitus tendem a desenvolver uma doença que afeta as artérias pequenas, como as encontradas nos olhos, nervos e rins, levando à perda de visão, lesão nervosa e doença renal crônica. Pessoas com diabetes também tendem a desenvolver aterosclerose em artérias grandes. A aterosclerose tende a surgir em uma idade mais precoce e mais extensamente do que em pessoas que não têm diabetes. O risco de desenvolvimento de aterosclerose é duas a seis vezes maior em pessoas com diabetes, particularmente mulheres. As mulheres que têm diabetes, ao contrário das que não têm, não estão protegidas contra a aterosclerose antes da menopausa. As pessoas que têm diabetes têm o mesmo risco de morte de alguém que teve um ataque cardíaco prévio e os médicos geralmente tentam ajudar essas pessoas a manterem outros fatores de risco (como níveis de colesterol elevados e hipertensão arterial) sob cuidadoso controle.
Obesidade
A obesidade, principalmente a obesidade abdominal (tronco), aumenta o risco de doença arterial coronariana (aterosclerose das artérias que fornecem sangue ao coração). A obesidade abdominal aumenta o risco de outros fatores de risco para a aterosclerose: hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e níveis elevados de colesterol. Perder peso reduz o risco de todos esses problemas.
Sedentarismo
O sedentarismo parece aumentar o risco de desenvolvimento de doença arterial coronariana e muitas evidências sugerem que praticar exercícios regularmente, mesmo em um grau moderado, reduz esse risco e a mortalidade. Os exercícios também podem ajudar a modificar outros fatores de risco relacionados à aterosclerose, pois reduzem a pressão arterial e os níveis de colesterol e ajudam na perda de peso e diminuição da resistência à insulina.
Dieta
Há evidências substanciais de que o consumo regular de frutas e legumes pode diminuir o risco de doença arterial coronariana. Não está claro se o consumo de frutas e legumes parece benéfico devido às substâncias que esses alimentos contêm (fitoquímicos) ou ao fato de as pessoas que comem grandes quantidades de frutas e legumes também comerem menos gordura saturada e serem mais propensas a consumirem fibras e vitaminas. No entanto, fitoquímicos chamados flavonoides (encontrados em uvas vermelhas e roxas, vinho tinto, chá preto e cervejas escuras) parecem especialmente protetores. Suas altas concentrações no vinho tinto podem ajudar a explicar por que os franceses têm uma incidência relativamente baixa de doença arterial coronariana, mesmo consumindo mais tabaco e mais gordura do que os americanos. Mas não há estudos que comprovem que a ingestão de alimentos ricos em flavonoides ou o que uso de suplementos desses nutrientes previnam a aterosclerose.
O maior teor de fibras em determinados vegetais pode diminuir os níveis sanguíneos de colesterol total, glicose e insulina. Contudo, a ingestão excessiva de fibra interfere na absorção de determinadas vitaminas e minerais. Em geral, alimentos ricos em vitaminas e fitoquímicos também são ricos em fibra.
A gordura é uma parte essencial da dieta. A noção de que comer menos gordura é importante para uma dieta saudável é apenas parcialmente verdadeira, pois o tipo de gordura também é importante. Os principais tipos de gorduras são
Gorduras saturadas e trans
Gorduras insaturadas (poli-insaturadas e monoinsaturadas – Tipos de gordura)
As gorduras podem ser líquidas ou sólidas em temperatura ambiente. Gorduras líquidas, como óleos e algumas margarinas, tendem a ter mais gorduras poli-insaturadas e monoinsaturadas. Gorduras sólidas, como manteiga e banha, tendem a ter mais gorduras saturadas e trans. As gorduras saturadas e trans são mais propensas a causarem aterosclerose. Assim, sempre que possível, as pessoas devem limitar a quantidade de gorduras saturadas e trans em sua dieta e escolher alimentos com gorduras monoinsaturadas ou poli-insaturadas, alternativamente. As gorduras saturadas e trans são encontradas em carnes vermelhas, muitos itens de alimentos processados ou tipo “fast food”, laticínios integrais (como queijo, manteiga e creme) e margarinas sólidas (em barra). Entretanto, a evidência referente aos perigos de gorduras trans naturais permanece incerta. As gorduras monoinsaturadas são encontradas no óleo de canola e azeite de oliva, margarinas líquidas sem gordura trans, nozes e azeitonas. As gorduras poli-insaturadas são encontradas em nozes, sementes, óleos e maionese.
Dois tipos de gorduras poli-insaturadas — ômega 3 e ômega 6 — são essenciais para uma dieta saudável. As gorduras ômega 3 são encontradas em peixes gordurosos, como salmão, ovos, óleo de canola e nozes. As gorduras ômega 6 são encontradas em algumas castanhas e sementes, bem como em óleo de cártamo, girassol e milho.
Manter uma dieta saudável pode ajudar a diminuir o risco de aterosclerose. No entanto, é menos claro se a suplementação da dieta com vitaminas, fitoquímicos, minerais traço ou coenzima Q10 também ajude a reduzir o risco.
Ingestão de álcool
As pessoas que bebem uma quantidade moderada de álcool parecem ter um menor risco de doença arterial coronariana do que as pessoas que bebem muito ou que nunca bebem. O álcool aumenta o nível de colesterol HDL (colesterol bom) e também diminui o risco de coágulos de sangue e inflamação, além de ajudar a proteger o corpo contra os subprodutos da atividade celular. No entanto, um consumo de álcool superior ao moderado (mais de 14 doses por semana para homens e mais de nove doses por semana para mulheres) pode causar problemas de saúde significativos e aumentar o risco de morte. Pessoas que bebem grandes quantidades de álcool devem reduzir essas quantidades. As pessoas que não bebem álcool não devem começar.
Altos níveis de homocisteína no sangue (hiper-homocisteinemia)
As pessoas que têm níveis muito elevados de homocisteína (um aminoácido) em seu sangue, geralmente por causa de um distúrbio hereditário, têm um risco aumentado de doença arterial coronariana, geralmente em uma idade jovem. Entretanto, não está claro por que níveis altos de homocisteína estão associados à aterosclerose. A administração de medicamentos que reduzem os níveis de homocisteína não parece reduzir o risco de morte.
Sintomas de aterosclerose
Os sintomas dependem
De onde a artéria afetada está localizada
De a artéria afetada ter sido estreitada gradualmente ou bloqueada subitamente
Sintomas de estreitamento gradual
Com o estreitamento gradual, a aterosclerose geralmente não causa sintomas até que o interior de uma artéria esteja estreitado em mais de 70%.
O primeiro sintoma de uma artéria estreitada pode ser dor ou cãibra nos momentos em que o fluxo de sangue não pode suprir a necessidade de oxigênio dos tecidos. Por exemplo, durante o exercício, uma pessoa pode sentir dor ou desconforto no tórax se o suprimento de oxigênio para o coração for insuficiente. Esta dor torácica (angina) desaparece dentro de minutos após a pessoa interromper o esforço. Enquanto caminha, uma pessoa pode sentir cãibras nas pernas (claudicação intermitente), pois o fornecimento de oxigênio para os músculos da perna é inadequado. Se as artérias que fornecem sangue a um ou ambos os rins sofrerem estreitamento, podem ocorrer insuficiência renal ou pressão arterial perigosamente elevada.
Sintomas de bloqueio arterial súbito
Se as artérias que irrigam o coração (artérias coronarianas) forem bloqueadas repentinamente, pode ocorrer um ataque cardíaco. A obstrução das artérias que irrigam o cérebro pode causar um acidente vascular cerebral. A obstrução das artérias das pernas pode causar gangrena de um dedo do pé, do pé ou da perna.
Diagnóstico de aterosclerose
Exames de sangue para pesquisar fatores de risco para aterosclerose
Exames de imagem para detectar a presença de placas perigosas
A forma como a aterosclerose é diagnosticada depende de a pessoa estar tendo sintomas.
Pessoas com sintomas
As pessoas que têm sintomas que sugerem uma artéria bloqueada devem realizar testes para identificar a localização e a extensão do bloqueio. São utilizados testes diferentes, dependendo do órgão que parece estar envolvido. Por exemplo, se os médicos suspeitam de um bloqueio de uma artéria no coração, eles costumam fazer um eletrocardiograma (ECG), exames de sangue para verificação da presença de substâncias (marcadores cardíacos) que indicam lesão cardíaca e, às vezes, um teste de esforço ou cateterismo cardíaco.
As pessoas com artérias ateroscleróticas em um órgão muitas vezes têm aterosclerose em outras artérias. Portanto, quando os médicos descobrem um bloqueio aterosclerótico em uma artéria — por exemplo, na perna — eles costumam fazer testes para procurar bloqueios em outras artérias, como as do coração.
Os médicos também testam certos fatores de risco em pessoas que têm uma obstrução aterosclerótica. Por exemplo, eles medem os níveis de glicose, colesterol e triglicérides no sangue. Os médicos também costumam fazer esses testes como parte do exame anual de rotina em adultos.
Como algumas placas nas artérias são mais propensas a se desprenderem e desencadearem a formação de um coágulo do que outras, os médicos às vezes fazem testes para procurar essas placas perigosas. Nenhum teste é definitivo, mas os médicos estão usando angiografia por tomografia computadorizada (TC), ultrassonografia intravascular (que usa uma sonda de ultrassom instalada na ponta de um cateter inserido dentro de uma artéria) durante os procedimentos de cateterismo cardíaco e angiografia coronariana, bem como uma série de outros exames por imagem e exames de sangue.
Pessoas sem sintomas (triagem)
Em pessoas que têm alguns fatores de risco para aterosclerose, mas não apresentam sintomas, os médicos costumam realizar exames de sangue para medir os níveis de glicose, colesterol e triglicérides no sangue. Os médicos também costumam fazer esses testes como parte do exame anual de rotina em adultos.
Alguns médicos recomendam exames de imagem para procurar obstrução aterosclerótica em pessoas que apresentam fatores de risco, mas não apresentam sintomas, como parte de uma estratégia de prevenção. Esses testes incluem uma TC de feixe de elétrons do coração e ultrassonografia das artérias no pescoço (carótidas). A TC também pode ser usada para detectar placas endurecidas (calcificadas) nas artérias coronarianas. Uma ultrassonografia das artérias carótidas pode detectar espessamento da parede arterial, o que sugere aterosclerose. No entanto, muitos médicos acreditam que esses testes raramente influenciam o aconselhamento que eles dariam com base em outros testes mais facilmente reconhecidos e nos fatores de risco da pessoa.
Prevenção e tratamento de aterosclerose
Alterações no estilo de vida reduzem o risco de complicações
Às vezes medicamentos
Para ajudar a prevenir aterosclerose, as pessoas precisam
Parar de fumar
Reduzir os níveis de colesterol LDL ( Níveis de lipídios desejáveis em adultos)
Reduzir a pressão arterial
Perder peso
Praticar exercícios
As pessoas que têm diabetes devem manter um controle rigoroso de seu açúcar (glicose) no sangue.
As pessoas que têm alto risco de desenvolverem aterosclerose também podem se beneficiar de certos medicamentos. Entre os medicamentos úteis estão as estatinas (mesmo se os níveis de colesterol estiverem normais ou apenas discretamente elevados), a aspirina ou outros medicamentos antiplaquetários.
Alguns medicamentos usados para tratar a hipertensão arterial e alguns usados para tratar diabetes também ajudam a reduzir o risco de aterosclerose.
Tratamento das complicações da aterosclerose
Quando a aterosclerose se torna grave o suficiente para causar complicações, as próprias complicações devem ser tratadas. As complicações incluem
Angina
Ataque cardíaco
Arritmias cardíacas
Insuficiência cardíaca
Doença renal crônica
Acidente vascular cerebral
Cãibras nas pernas (claudicação intermitente)
Gangrena
O ultrassom das carótidas é um exame fácil e indolor que ajuda a avaliar o interior das artérias carótidas que passam pela lateral do pescoço e transportam o oxigênio para o cérebro.
Quando existem problemas de saúde, como colesterol alto ou pressão alta, essas artérias podem ir acumulando gordura nas suas paredes, que vão estreitando o seu interior e diminuindo a quantidade de sangue que passa para o cérebro. Além disso, essas pequenas placas de gordura também podem romper, formando um coágulo que pode ser transportado até ao cérebro e provocar um AVC.
Dessa forma, este exame é muito utilizado para avaliar o risco de desenvolver um AVC e, caso seja muito elevado, iniciar o tratamento adequado para melhorar o fluxo de sangue.
Quando envelhecia de maneira saudável, o ser humano não desenvolvia placas de gordura dentro das artérias. Hoje, o surgimento destas placas de gordura (aterosclerose) é a principal causa de morte na nossa parte do mundo, e muitos tratamentos médicos estão disponíveis para evitar as complicações desta patologia (infartos, “derrames”, etc.).
Estas placas de gordura podem ser detectadas com diversos tipos diferentes de exames, sendo o mais simples a ecografia de carótidas. Não há uma maneira eficaz para remover estas placas de gorduras depois de formadas, sendo que prevenir sua formação parece ser a melhor solução até o momento.
Pesquisadores de Zaragoza, na Espanha, apresentaram no Congresso Europeu de Aterosclerose um estudo onde correlacionaram a presença e número de placas com o estilo de dieta dos indivíduos analisados. Foram realizadas ecografias de carótidas, femorais e aorta em 2523 voluntários de meia-idade (51 anos na média) à procura de placas, tendo estas sido identificadas em 1983 participantes. Um questionário alimentar de 134 itens foi usado para computar um “índice de aderência à dieta Mediterrânea”, classificando a dieta de cada individuo de 0 a 9, sendo 9 uma dieta fortemente Mediterrânea, e zero uma dieta nada Mediterrânea.
Os resultados mostraram que, nas artérias femorais, as pessoas com dieta mais próxima da mediterrânea apresentavam 26% menos placas, relação que não estava presente na aorta nem nas carótidas. Porém, entre os fumantes, havia 67% menos placas em todos os 3 territórios estudados. O fato de a dieta ter mostrado mais efeitos protetores em fumantes sugere que ela protege contra doença cardiovascular prevenindo oxidação de lipoproteínas aterogênicas, sugere o autor do trabalho.
Clique no vídeo abaixo e conheça os 10 melhores alimentos do mundo.
A quantidade de estudos mostrando que a dieta no estilo Mediterrâneo é a mais benéfica para a saúde humana não cessa de aumentar. Para quem ainda não sabe, esta dieta é a tradicional da Grécia, Creta, sul da França e partes da Itália, consistindo em frutas, vegetais, nozes, grãos integrais, muito azeite de oliva, carne preferencialmente de aves e frutos do mar, queijos e iogurtes, além de vinho em quantidade moderada.
Fonte: https://www.medscape.com/viewarticle/879124
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