Segunda-feira, 8 de agosto de 2016, e os seres humanos...
oficialmente utilizaram todos os recursos que a Terra poderia repor em um ano. A data é conhecida como “Dia da Sobrecarga”, e este ano ocorreu cinco dias mais cedo do que em 2015 – o que sugere que queimamos boa parte de nossos recursos sustentáveis em menos tempo do que nunca. Se continuarmos nesse ritmo, como uma população global, seria necessário mais de 1,6 planeta para satisfazer nossas exigências.
O Dia da Sobrecarga da Terra (Overshoot Day) é calculado anualmente pela Global Footprint Network (GNF), uma organização internacional pela sustentabilidade parceira da Rede WWF. A definição é feita partir de dados das Nações Unidas sobre milhares de setores econômicos, incluindo pesca, silvicultura, transporte e produção de energia.
Os recursos naturais não são apenas água, terra e comida, mas também incluem fatores como o armazenamento de carbono. Até o momento, no ponto em que nos encontramos, estamos bombeando mais dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera do que as florestas e oceanos podem absorver.
Em uma nota oficial para a imprensa, a GNF explicou que “as emissões de carbono são os maiores contribuintes para o aumento da sobrecarga ecológica, com a pegada de carbono agora representando 60 por cento da demanda da humanidade à natureza”.
A organização calculou que de 1960, até 1970 nós só utilizávamos os recursos que o planeta poderia produzir sustentavelmente – em 1961, utilizamos apenas três quartos dos recursos anuais disponíveis e até 23 de dezembro. Contudo, nos anos seguintes o limite começou a aparecer cada vez mais cedo.
A boa notícia, no entanto, é que o avanço da data está gradualmente diminuindo. Desde 1970, em média, o limite reduziu três dias por ano. Mas, ao longo dos últimos cinco anos, a redução foi de menos de um dia.
Outra boa notícia é que a sociedade finalmente está reduzindo o uso de combustíveis fósseis. No ano passo, a Costa Rica conseguiu suprir toda a demanda de energia do país com 100% de fontes renováveis em 75 dias. Já a Alemanha, no ano passado, fez o mesmo com 95% de energia renovável. Portugal, em quatro dias seguidos, conseguiu funcionar sem quaisquer evidências de combustíveis fósseis. Além disso, em muitos países, a energia renovável já é mais barata que a convencional.
Indo além das emissões de CO2, a China prometeu reduzir o consumo de carne em 50% até 2030, o que, de acordo com estimativas, evitará a emissão de 1 bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera. Entre outros fatores, muitas cidades estão dando passos cada vez maiores na redução de resíduos plásticos de uso único.
Apesar dos desafios significativos que ainda temos pela frente – incluindo o fato de que até o final do século a Terra será povoada por cerca de 11,2 bilhões de pessoas – estamos reduzindo lentamente nossas “pegadas no planeta”. A esperança agora é que, no próximo ano, o Dia da Sobrecarga ocorra mais tarde.
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