terça-feira, 9 de agosto de 2016

Esclarecedor, saiba discernir. Pokémon Go é do Diabo?



Pokémon Go é um jogo que está causando muitas polêmicas mundo a fora, e, por muitos, já está sendo considerado como um dos jogos mais bem sucedidos da História..

Pokémon Go é do Diabo?

Pokémon Go é um jogo que está causando muitas polêmicas mundo a fora, e, por muitos, já está sendo considerado como um dos jogos mais bem sucedidos da História, pelo menos até então ele vem batendo vários recordes de downloads. Com ele, empresas estão faturando alto, como por exemplo, o McDonaln’s do Japão, que após fechar um acordo com o aplicativo, bateu recorde na Bolsa de Tóquio. Outro dado interessante, é que até mesmo o mercado de baterias extras para smartphones está crescendo no mundo todo por conta desse jogo. Com tudo isso, muitos cristãos estão se perguntando: Pokémon Go é do diabo? É pecado jogar Pokémon Go?
Afinal, o que é Pokémon Go?

Antes de respondermos se Pokémon Go é demoníaco ou não, precisamos entender pelo menos o básico sobre o jogo. Creio que a essa altura quase todos já saibam qual é a ideia principal desse jogo.



Para quem ainda não sabe muito bem, Pokémon Go é um jogo que traz o conceito de realidade aumentada, e consiste na captura de Pokémons utilizando os recursos dos smartphones. Resumindo, o jogo usa o sistema de GPS e a câmera dos aparelhos, e, através a realidade virtual, coloca os “monstrinhos digitais” no mundo real.

Portanto, o cenário é a própria realidade, isto é, sua rua, sua casa, sua escola, seu trabalho e, até mesmo, sua igreja. O objetivo do jogador é encontrar os Pokémons que estão espalhados pelo mundo, treinar as criaturas, participar de batalhas e se tornar um “Mestre Pokémon” respeitado.



Os problemas e polêmicas sobre Pokémon Go:

Se por um lado o impacto financeiro ocasionado por esse jogo está impressionando o mundo, por outro lado não faltam polêmicas envolvendo o Pokémon Go. Muitas histórias, claro, carecem de maiores provas, mas alguns dos problemas mais conhecidos acerca desse jogo são:

Falha na privacidade de dados e informações: devido suas funcionalidades, o jogo Pokémon Go utiliza recursos dos aparelhos que permitem capturar dados pessoais dos usuários, como imagens da câmera, localização exata do usuário e, até mesmo, a movimentação rotineira dele. Bem, na verdade isso não é nenhuma novidade, já que outros aplicativos fazem exatamente a mesma coisa. Outro ponto que alarmou muita gente foi a possibilidade da produtora do jogo Pokémon Go, no caso a Niantic, repassar dados dos usuários para órgãos do governo em uma possível investigação. Essa possibilidade também existe em outros aplicativos. Mas o maior problema nessa questão de coletas de dados, fica por conta do acesso total que o aplicativo requer de contas Google, ou seja, ao fazer o login no jogo usando uma conta Google, a Niantic terá acesso a tudo ligado a esse perfil, e-mails, fotos, Google Drive e outros. Segundo a empresa, eles já estão trabalhando para corrigir isso. Por último, muitos enxergam com desconfiança o fato do criador da empresa Niantic já ter sido financiado no passado por um fundo de investimento ligado à CIA.

Acidentes: depois do lançamento de Pokemón Go, muitas cidades ao redor do mundo começaram a reportar aumento nos índices de acidentes. Atropelamentos, quedas, batidas entre automóveis, acidentes de trabalho e algumas outras coisas mais envolvendo jogadores do famoso jogo. No Brasil, logo no primeiro dia de lançamento de Pokémon Go já foram registrados alguns acidentes, e fez com que o Detran lançasse um alerta de segurança. Nos EUA, um jogador acabou batendo em uma viatura da polícia.


Crimes: não são apenas os acidentes que aumentaram com o jogo Pokémon Go, mas os assaltos também. Criminosos estão “atentos” aos “desatentos” jogadores de Pokémon Go. No Brasil, roubos já foram registrados logo no primeiro dia em que o download foi liberado na Google Play. Nos Estados Unidos, criminosos estão utilizando o jogo a fim de atraírem jogadores para emboscadas. O Estado de Nova York está tomando mediadas para garantir que condenados por crimes sexuais não joguem Pokémon Go.



Invasões a propriedades: como o jogo Pokémon Go distribui aleatoriamente os monstros virtuais pelo mapa real, tais criaturas estão aparecendo em locais públicos e em propriedades particulares. Casas, escolas, empresas, hospitais, cemitérios, e até mesmo templos religiosos, estão sendo invadidos por fanáticos jogadores. Na Guatemala, um jovem acabou morto após invadir uma casa para capturar um Pokémon. Algumas igrejas já estão registrando ocorrências de pessoas indo a seus templos apenas para capturar Pokémons.

Proibições do Islã: na Arábia Saudita, em 2001 um decreto islâmico considerou a franquia Pokémon anti-islâmica. Essa posição foi renovada com o lançamento do jogo Pokémon Go, e, segundo as autoridades islâmicas árabes, Pokémon promove o pecado e a blasfêmia.


Pokémon Go e os cristãos:

Entre os cristãos, a opinião tem se dividido. Alguns garantem que Pokémon Go é satânico e uma grande obra maligna, enquanto outros enxergam apenas mais um jogo do momento. Enquanto algumas igrejas estão indignadas com a falta de respeito de jogadores que se aproximam de suas instalações apenas para procurar Pokémons, outras, curiosamente, estão tentando aproveitar essa “febre” para desenvolver ações evangelísticas.

A Igreja da Inglaterra, por exemplo, está incentivando o acolhimento de jogadores de Pokémon Go em seus templos, inclusive com a possibilidade de oferecer pontos de recarga para as baterias de celulares e acesso a rede Wi-Fi. Nos EUA, algumas igrejas estão fazendo questão de colocar placas avisando que são Pocketstop (locais onde os jogadores encontram Pokémons e outros itens do jogo). Na Flórida, a Igreja de Cristo em Naples, colocou a seguinte frase: “Então você encontrou um Pokémon. Mas você sabe qual é a alegria de encontrar Jesus?“.
Afinal, Pokémon Go é do diabo? Jogar Pokémon Go é pecado?




Não é a primeira vez que a franquia Pokémon é acusada de ser obra satânica. Há vinte anos, quando não havia nem a sombra de um smartphone, o alvo da vez era o desenho que passava na televisão juntamente com a coleção de jogos licenciados da marca, como por exemplo, os famosos tazos da época.

Não pretendo discutir questões como mensagens subliminares, significados das palavras Pokémon e Pikachu, ou os “chifres” de algumas das criaturas da franquia. Creio que tais coisas são apenas superficiais em uma questão bem mais profunda.

Ao longo da História da Igreja, muitas coisas foram sinalizadas como sendo de “propriedade do diabo“. Alguns relatos históricos garantem que em alguns lugares, no início do século passado, até os automóveis foram identificados como obra maligna. No Brasil, também no século passado, algumas denominações proibiam seus membros de frequentarem praças públicas com a alegação de ser um ato pecaminoso. Muita gente foi excluída da comunhão da Igreja por coisas realmente inacreditáveis.

Nos meus trinta anos dentro da Igreja, também já presenciei muita coisa que supostamente pertencia ao diabo. Da televisão (a caixa do diabo) até a calça jeans. Sim, até mesmo a calça jeans eu já cheguei a escutar que era do diabo. Na verdade, já tive o desprazer de ouvir um testemunho de alguém que garantiu ter ido ao inferno, e que lá havia um setor dedicado apenas aos pastores que usaram calças jeans aqui na terra.

Creio que muitos de nós, se pararmos para pensar alguns minutos, lembraremos de alguma história semelhante. O rádio já foi pecado, depois a televisão e depois a internet (o www era a marca da besta). Na verdade, a maioria dos avanços tecnológicos sempre recebe a acusação de haver algo oculto e diabólico neles.

A questão é que, sem dúvida, o diabo não perde a oportunidade para lançar suas setas malignas. Na tentativa de atingir seus objetivos, ele usa o que estiver ao seu alcance, tanto para fazer oposição a Igreja de Cristo quanto para segar o entendimento dos homens. Claro que o diabo pode usar o rádio, a televisão, a internet e até mesmo os jogos eletrônicos (incluindo Pokémon Go) como suas ferramentas.



Entretanto, tem algo importantíssimo que as pessoas se esquecem. A arma mais perigosa que o diabo tem usado não é a televisão, internet ou qualquer jogo eletrônico, mas sim a própria Bíblia. Sempre foi assim, e continuará a ser até que Cristo volte.

Na tentação de Jesus no deserto, vemos qual foi a artimanha que ele escolheu. Satanás tentou distorcer as Escrituras contra o próprio Filho de Deus. Mais tarde, os Apóstolosclaramente enfatizaram que ameaça que deveria ser combatida na Igreja não era um algum tipo de jogo com mensagens subliminares, mas o falso evangelho anunciado por falsos profetas com a intenção de proclamar doutrinas de demônios. A principio, não seria os Pokémons que deveriam ser combatidos, mas os lobos devoradores.

Não estou aqui defendendo o jogo, ao contrário, particularmente penso que ele é mais um dos muitos elementos de distração que nos privam de maravilhosos momentos buscando a Deus, além de já estar mais do que provado os problemas que Pokémon Go tem causado ao redor do mundo. O que estou querendo enfatizar é que o Pokémon Go é uma onda que passa, enquanto a soberba, a inveja, a ambição, a contenda e a falta de santificação, são problemas que permanecem da geração do rádio à geração dos smartphones.

Enquanto muitos ficam preocupados procurando mensagens subliminares em rótulos de produtos, desenhos animados e jogos eletrônicos, impostores estão subindo em nossos púlpitos e anunciando heresias que desviam o foco do verdadeiro Evangelho.

Respondendo a pergunta principal deste texto, não só Pokémon Go, mas qualquer outra coisa que dispute o posto de prioridade em nossas vidas, comprometendo o tempo que temos de buscar ao Senhor, certamente será pecado (1Co 6:12). Para alguns, Pokémon Go representa uma ameaça, já para outros (meu caso, por exemplo), outras distrações são mais ameaçadoras. Devemos ser sábios em tudo, sabendo que há o momento certo para todas as coisas, tanto para se divertir quanto para se dedicar as causas do Reino de Deus.

Para finalizar, algumas pessoas têm me perguntado se devem ou não instalar Pokémon Go. Se esse é o seu caso, eu digo que, se você procurar com o mínimo de esforço, não será difícil encontrar qualquer outra coisa mais interessante para se fazer, mas é uma questão de gosto. Eu, por exemplo, nem penso em instalá-lo, pois de fato não tenho tempo disponível para isso, e mesmo se tivesse, com certeza eu iria preferir o bom e velho jogo de futebol (um de corrida também serviria).

Porém, caso goste desse tipo de jogo e tenha tempo para ele sem comprometer suas atividades importantes, recomendo que se lembre do conselho do Apóstolo Paulo:

Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal.
(1 Tessalonicenses 5:21,22)

Viu? É simples! Basta examinar. Avalie o jogo e, principalmente, avalie seu comportamento como jogador. Qualquer coisa que não resistir a uma avaliação à luz da Bíblia com certeza será maléfico para a sua vida.

Quanto aos pais que possuem filhos pequenos, meu conselho é que separem um momento do dia para jogar com seus filhos, e aproveitar para descobrir o conteúdo dos jogos que eles estão consumindo, e isso não só em relação a Pokémon Go, mas a qualquer outro jogo que seus filhos estejam jogando. Muitos pais defendem que Pokemon Go é demoníaco, proibindo seus filhos de jogarem, porém fazem vista grossa a outros jogos que apresentam conteúdo muito pior do que o próprio Pokémon Go. Preocupem-se com o que seus filhos consomem. Lembrem-se: não adianta cobrimos um lado e descobrirmos o outro. É preciso estarmos atentos a tudo!



Já para os pastores, confesso que é bem estranha a ideia de pessoas visitando as dependências da congregação em busca de “monstros digitais“. Bem, seja como for, devemos orar para que Deus nos dê sabedoria para lidarmos com essas pessoas, que nada mais são do que meros pecadores, mortos em delitos e pecados, cegos para a luz de Cristo, e surdos para o chamado do Evangelho. Diante disso, lembre-se: nenhum jogo que possa ser lançado poderá ser tão irresistível quanto a graça de Deus ao chamar eficazmente o pecador.

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