Acidade de Nápoles, na Itália, foi construída sobre rochas vulcânicas, solo suave e fácil de ser cavado e explorado. Durante décadas, quando ainda não havia sistema de água e esgoto encanado, os napolitanos construíram uma série de cisternas e túneis para locomoção militar.
Acreditava-se que o subterrâneo napolitano estava completamente mapeado, até que os geólogos Gianluca Minin e Enzo De Luzio receberam uma carta de um sobrevivente da II Guerra Mundial. Na mensagem escrita pelo senhor de 90 anos, teve a identidade resguardada pelos pesquisadores, uma série de túneis que supostamente estariam sob o bairro Monte di Dio foram revelados.
Com a autorização oficial do governo, a dupla de geólogos iniciou escavações na área e descobriu uma rede de túneis de 11 mil m², incluindo cisternas, vias subterrâneas, enormes escadarias e grandes câmaras. Hoje abertos ao público, os túneis se mantiveram praticamente intactos, já que foram cobertos por sedimentos de cascalho.
Apesar de esconder banheiros modernos e carros da época da Segunda Guerra, os túneis não foram construídos nos anos modernos. Estima-se que tenham sido feitos por volta do século XVII, com propósitos militares.
O que é mais surpreendente na descoberta é que estes espaços que foram usados como abrigos para que as pessoas se protegessem dos bombardeios aéreos durante a guerra não foram lembrados por nenhum dos sobreviventes, até que o senhor de 90 anos decidiu escrever aos geólogos.
Agora que estão abertos para visitação, os túneis foram visitados por diversos sobreviventes que se abrigaram dos ataques aéreos nos corredores subterrâneos e obscuros. “Percebemos que deve ter sido tão assustador ficar embaixo da terra ouvindo as bombas destruírem tudo, que as pessoas deliberadamente se esqueceram daqueles lugares”, conta o geólogo Gianluca Minin, que também relata histórias incríveis que presenciou: “Um homem entrou em um tipo de estado catártico, ajoelhando no chão, tapando os ouvidos e gritando: ‘o bombardeio já acabou’”.
*Com supervisão de Cláudia Fusco
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