Primeiros socorros: o que fazer se presenciar
um desmaio no treino...
O médico do esporte Cláudio Gill, explica os principais fatores que podem levar uma pessoa a ficar desacordada e como identificar se o caso é grave...
Você está tranquilamente treinando na rua, no parque ou na praia, e se depara com uma pessoa caída no chão. A cena, assustadora, pode indicar um simples tropeço ou um grave acidente cerebral. E aí, o que você faz?
- Primeiro mantenha a calma. Procure ajuda pois, sozinho, não vai conseguir ajudar ninguém –diz o médico do esporte Cláudio Gil, convidado do Sportv para falar ao vivo sobre primeiros socorros.
O próximo passo é identificar se o problema foi motor ou clínico, e qual a gravidade. A confusão é mais frequente se a pessoa perder os sentidos, e a identificação fica mais difícil se você não presenciar o momento da queda.
- Se você acompanhou a queda é mais fácil saber se a pessoa caiu e desmaiou, ou desmaiou antes de cair. Se for um problema motor, evite fazer movimentos bruscos e, se for você a vítima, não deixa que lhe tirem rapidamente do chão. Vá se movendo devagar para sentir a extensão do dano, e chame um resgate se não for capaz de ficar em pé- explica.
Um segundo caso que pode causar perda de consciência é alteração abrupta da pressão arterial, mais comum em finais de corridas ou treinos exaustivos. Foi o que aconteceu com o garçom Mauro Santos, de 49 anos, assim que cruzou a linha de chegada da maratona em 2007.
- Tropecei no tapete cronômetro e, quando tentei me levantar, não conseguia mais ficar em pé. Fui levado para o atendimento onde de cobriram e deram soro. Depois de uma hora estava me sentido bem- diz.
O médico explica que esse é o grande perigo do chamado “sprint final” e que atletas amadores não deveriam aumentar significativamente a velocidade no quilômetro final de uma prova. Com o cansaço, a desidratação e o stress térmico, o pulso mais alto pode caisar desequilíbrio de pressão.
- Não tente bater recorde no último quilômetro, isso é para corredores profissionais. Apenas desfrute o prazer de cruzar a linha de chegada e alcançar seu objetivo, pois o Sprint aumenta muito o risco de lesão e mal súbito. Se acontecer, chame logo um atendente- explica.
As quedas mais temidas e mais graves advém de problemas cardíacos ou neurológicos, haja rápido, pois pode ser a diferença entre a vida e a morte. Primeiro veja se a pessoa está com pulso, o próprio monitor cardíaco ajuda a identificar. Se estiver acima de 200 ou em zero, é provável que esteja em parada cardíaca, faça massagens se estiver preparado para isso.
Em caso de crise convulsiva, proteja a vítima para que ela não se machuque, e chame resgate imediatamente. Isso é sinal de crise cerebral, só no hospital ele pode ser tratado.
E fique sempre atento aos sinais do corpo, mesmo que esteja em boa forma física. O educador físico Marcios Duarte, de 53 anos, já tinha 26 maratonas no currículo quando se sentiu mal. Era um infarto silencioso.
- Um dia antes da Maratona de Berlim saí para testar o GPS e senti uma dor forte no estômago. Passei mal durante a semana e decidi ir até o hospital. Descobri que havia infartado e tinha uma veia completamente entupida- contou.
Uma pessoa que se exercita tem menos chances de um problema cardíaco do que um sedentário, mas não está incólume. Exercício não é vacina, sentiu-se mal, vá ao médico. E mesmo com saúde, não custa nada seguir algumas dicas para a própria segurança.
- Quando for se exercitar, avise alguém sobre o trajeto e tempo previsto, leve consigo um documento, carteira do plano de saúde, se tiver, e um pouco de dinheiro, caso precise pegar um transporte- resume o médico, que também é corredor.
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