Uma parte do nosso grupo, que fez todo o trajeto
de ônibus desde Istambul, comentou que essa é uma péssima opção porque, além da viagem ser cansativa, as cidades que se visita no roteiro terrestre são sem atrativos (Çanakkale / Tróia / Pérgamo). De avião ainda tivemos a vantagem de ganhar mais tempo em Istambul, tanto na ida como na volta (1 dia e meio ao todo).
ÉFESO / A CASA DA VIRGEM ÉFESO / A CASA DA VIRGEM MARIA / TEMPLO DE ARTEMIS...
A melhor maneira para se chegar à região onde começa a viagem a Éfeso /Pamukkale / Capadócia, é sem dúvida de avião, porque ganha-se muito tempo, é menos cansativo e não é caro. Veja a região no mapa (clique no mapa para ampliar)
De Istambul pegamos um avião que vai até Izmir e de lá um translado até oHotel Sealight em Kusadasi. Como chegamos à noite apenas jantamos e fomos descansar, mas na manhã seguinte bem cedo tivemos uma surpresa ao olhar a vista da sacada do nosso quarto.
O hotel é muito agradável, fica numa região muito bonita e foi uma pena não ficarmos mais tempo por lá. Saímos bem cedo para iniciar a viagem e nem tivemos a chance de conhecer Kusadasi. Essa é uma dica para quem vai à região: fique ao menos 1 dia para conhecer a cidade, vale a pena.
A saída logo cedo de Kusadasi é essencial para dar conta de visitar 3 pontos turísticos importantes num só dia: a Casa da Virgem Maria;Éfeso e Pamukkale. Graças à organização da nossa guia foi possível fazer todo o roteiro a tempo, mas se o grupo se atrasar a conseqüência é chegar em Pamukkale ao anoitecer e não ver o "Castelo de Algodão", o que seria inaceitável.
CASA DA VIRGEM MARIA
Nossa primeira parada foi na Casa da Virgem Maria, que fica no cume do monte Coresus, a 8 km da cidade de Éfeso.
Conta a história que Maria e outros apóstolos foram perseguidos após a morte de Jesus. Como vivia como fugitiva, Maria preferiu morar longe da cidade, nas montanhas, e então São Jõao a trouxe para morar neste local próximo a Éfeso. Na verdade não se sabe ao certo se ela morreu neste local ou se voltou a Jerusalém, só se sabe que usou esta casa que só foi descoberta no século XIX de uma maneira muito peculiar.
Uma monja alemã, chamada Anne Catherine Emmerich,que viveu entre os anos de 1774-1824, sonhou com a casa da Virgem sem nunca ter estado em Éfeso. Ela descreveu esse sonho a um escritor,Clemens Brentano, que publica sua história em um livro em 1824, "The Life of The Blessed Virgin Mary", e a partir desse livro a casa foi descoberta. O Vaticano realizou 15 anos de estudo sobre o assunto até reconhecer a casa como autêntica e construir uma igreja no local. A casa que se vê hoje é uma réplica da que foi achada em ruínas. Ela fica em uma bela região, a 435 metros acima de Éfeso e com uma bela vista do Mar Egeu. O local é bem cuidado e a casa é circundada de um agradável jardim. Infelizmente não é permitido tirar fotos de dentro da casa.
Uma monja alemã, chamada Anne Catherine Emmerich,que viveu entre os anos de 1774-1824, sonhou com a casa da Virgem sem nunca ter estado em Éfeso. Ela descreveu esse sonho a um escritor,Clemens Brentano, que publica sua história em um livro em 1824, "The Life of The Blessed Virgin Mary", e a partir desse livro a casa foi descoberta. O Vaticano realizou 15 anos de estudo sobre o assunto até reconhecer a casa como autêntica e construir uma igreja no local. A casa que se vê hoje é uma réplica da que foi achada em ruínas. Ela fica em uma bela região, a 435 metros acima de Éfeso e com uma bela vista do Mar Egeu. O local é bem cuidado e a casa é circundada de um agradável jardim. Infelizmente não é permitido tirar fotos de dentro da casa.
Também existe um monastério que cuida da preservação do local, e uma loja com lembrancinhas exclusivas.
Desde a visita do Papa Paulo VI em 1967, a Casa da Virgem Maria se tornou local oficial de peregrinação da Igreja Católica e todos que passam por lá acendem velas, bebem a água benta das fontes, e colocam em um muro bilhetinhos com pedidos ou agradecimentos à Virgem.
ÉFESO
Após a visita à Casa da Virgem Maria, descendo a montanha em um pequeno percurso de carro, se chega a Éfeso, cujo nome vem do grego e significa “abelha”, porque na primavera é comum aparecerem muitas abelhas por lá. Como fomos no início do inverno não vimos nenhuma abelha, mas descobrimos que era a melhor época para visitar o local porque o tempo estava firme e agradável. Um grande problema para o turista é tentar visitar Éfeso no verão. Nossa guia nos disse que já enfrentou temperaturas acima de 45º. Com um calor desses muitos turistas que começam o passeio desistem no meio do caminho porque o trajeto é longo e não existem sombras. Por isso, evite ir até lá no verão!
Éfeso foi uma das cidades mais ricas de sua época e um importante centro do cristianismo. É um lugar fantástico, cheio de história e cultura.
A cidade de Éfeso foi construída e reconstruída cinco vezes. A primeira, do século XI a.C, era uma cidade grega, e a última foi construída pelos romanos no século II D.C., e são desta cidade as ruínas que se vê no local.
Há 650 anos a cidade está sendo escavada, e ainda hoje apenas 20% foi descoberta. As escavações continuam por toda parte, ainda há muito para se conhecer, e hoje é considerado um dos maiores sítios arqueológicos do mundo.
Galpão fechado destinado às escavações das "casas da ladeira" em Éfeso
Antes o local era um vale fértil, com um golfo que abrigava um importante porto de carga internacional. Com cerca de 500.000 habitantes, era uma das maiores cidades da Ásia e o povo, que era comerciante, um dos mais ricos. Foi um influente centro comercial, religioso e político e chegou a ser considerada a mais ilustre das cidades. Como capital do Império Romano na Ásia, tinha grande poder econômico devido ao comércio e aos impostos, e sua população, bem intelectualizada, sabia admirar as artes e a valorizá-las, o que está refletido em sua arquitetura clássica, com fachadas bem adornadas e esculturas gregas na maior parte dos lugares. O mapa abaixo mostra com detalhes como era Éfeso na antiguidade (para ampliar clique no mapa).
Entretanto a fama e a riqueza acabaram 600 D.C. quando após um terremoto a cidade foi destruída e soterrada. O mar e os rios inundaram o golfo por 15km para dentro do continente. Como conseqüência, os que sobreviveram abandonaram a cidade e hoje não se vê mais o golfo, pois ficou soterrado. As fotos aéreas abaixo, pesquisadas no site oficial de Selçuk, dão uma visão privilegiada do que é Éfeso hoje.
As ruínas de Éfeso têm duas entradas: uma pela entrada de Kusadasi e outra pela Porta de Magnésia, também conhecida como “porta de cima”, e é por onde a maioria dos turistas entram.
Logo na entrada o que se vê são as ruínas da parte administrativa, e o grande destaque é o Odeom, que era um anfiteatro para 1400 pessoas, e foi usado como parlamento da cidade, onde um teto de madeira protegia os políticos do sol e calor.
Detalhe de uma das portas do Odeom com nossa guia ao fundo. |
Após o Odeom aparecem os Templos dos Políticos, sendo um deles dedicado a Júlio César. Na seqüência está a administração estatal, o “Prytaneo”, onde ardia permanentemente o fogo sagrado e era o centro político da cidade.
Nesse local se concentravam padres pagãos que tinham poder de cura, e nas colunas se vê o símbolo da medicina em frente ao que seria o prédio do hospital.
Foram construídos muitos edifícios e templos dedicados aos imperadores romanos, com o intuito de manter um bom relacionamento com Roma. OTemplo de Domiciano é um deles, assim como a praça de mesmo nome.
Logo na entrada está a interessante figura da deusa grega Nice (Niké em grego), cujo nome significa "vencer". Acredita-se que esta peça fazia parte do Pórtico de Hércules. A figura representa a deusa carregando uma grinalda na mão esquerda e um ramo de tâmaras na outra.
Curiosidade: foi inspirado nessa deusa que empresários americanos criaram o logotipo da famosa marca de tênis Nike: é a asa vista ao contrário, um símbolo semelhante a uma asa em homenagem à deusa alada da vitória.
Curiosidade: foi inspirado nessa deusa que empresários americanos criaram o logotipo da famosa marca de tênis Nike: é a asa vista ao contrário, um símbolo semelhante a uma asa em homenagem à deusa alada da vitória.
Em frente à praça está o Monumento a Memnio, em homenagem a um político de nome "Gaius Memnio". Hoje este monumento está disposto como uma montagem de blocos, não é um reconstrução do monumento original que entre suas colunas suportava um teto cônico em forma de torre, que representava as virtudes de uma pessoa honrada.
O Portico de Hércules, que foi propositalmente construído estreito para evitar a entrada de veículos na cidade, se abre para a rua mais importante, aAvenida dos Curetes. Com seus 650 metros ela unia a parte administrativa e política com a parte pública da cidade.
Nessa avenida ocorria o comércio para as pessoas ricas, com lojas de mercadorias caras, e no seu piso de mármore podem-se ver inscrições que indicavam a presença de cristãos que ali residiam escondidos. Até o século IV o cristianismo era proibido e então, para os cristãos se identificarem secretamente, colocavam o símbolo de um peixe na frente se suas casas. Depois que esse símbolo foi descoberto, por segurança, foi substituído por esse tipo de estrela que se vê ao fundo.
Uma das obras mais importantes dessa avenida é a Fonte de Trajano, construída em homenagem ao Imperador Trajano, o primeiro não nascido em Roma, mas na Península Ibérica. O monumento tinha 3 metros de altura e uma estátua do imperador de 2 metros que, entretanto, não esboçava a realidade, já que o imperador tinha apenas 1,60m de altura, mas mostrava a importância dele no Império. Hoje de sua estátua só restou o pé.
E ao lado os Banhos de Escolástica, que foi construído no primeiro século e restaurado no século IV por uma senhora cristã rica chamada Escolástica. À esquerda da entrada pode-se ver sua estátua sem cabeça.
À frente e na lateral dessa avenida está a bonita Rua dos Pedestres, toda coberta de mosaicos.
Era o local onde as famílias ricas moravam, nas chamadas “casas da ladeira”, e no interior dessas casas existem os mais belos mosaicos e afrescos romanos, dando uma idéia da alta posição social dos que ali viviam. Essas casas tinham um sistema de água encanada que funcionava por pressão, e ainda um sistema de calefação, banheiros e pátios.
A maior parte das ruínas das "casas da ladeira"ainda estão sendo escavadas.
O galpão de escavação das "casas da ladeira" não estava aberto para visitação, então pesquisei esta foto no site oficial de Selçuk.
Ao lado da Rua de Pedestres estava o curioso banheiro público da cidade, com seu complexo de latrinas, onde os homens podiam conversar enquanto tranquilamente faziam suas necessidades, um ao lado do outro sem nenhuma privacidade.
No centro do banheiro havia uma fonte e ainda um interessante sistema hidráulico embaixo das latrinas, onde a água corria para levar os dejetos e evitar possíveis odores.
Na frente da latrina também corria água utilizada pelas pessoas para se limparem. Dizem que esse banheiro público era utilizado ao mesmo tempo por homens e mulheres. Difícil acreditar!
Em seguida, na Avenida dos Curetes, nos deparamos com um dos mais bonitos monumentos da rua, o Templo de Adriano, construído em homenagem ao Imperador Adriano. Os relevos e adornos de seu frontão chamam a atenção pelo rico trabalho, e no friso interior está uma figura que lembra a mística e temida “Medusa”.
E ao lado do Templo de Adriano está uma pequena rua que levava ao bordelda cidade.
No final da Avenida dos Curetes está o monumento mais impactante de Éfeso: a Biblioteca de Celsius, que foi um famoso governador.
Construída no ano 106 da nossa era pelos filhos de Celcius depois de sua morte, foi originalmente projetada para ser seu mausoléu. Tornou-se, entretanto, uma das mais importantes e maiores bibliotecas da antiguidade, com um acervo de cerca de 12.000 livros.
Na entrada muito bem preservada, existem 4 estátuas que são réplicas das originais e representam: sabedoria; inteligência; virtude; conhecimento; as 4 virtudes que uma pessoa tinha de ter para entrar na biblioteca.
Detalhe da entrada da Biblioteca |
Estátua do Conhecimento (Sofia) |
Éfeso foi uma das cidades do Império Romano onde o cristianismo mais se difundiu. Foi também uma das primeiras cidades nas quais os apóstolos Paulo e João pregaram, difundindo o catolicismo. Dizem que o evangelho de João pode ter sido escrito ali. Paulo trabalhou na cidade nesse mercado por cerca de 6 meses como vendedor de tecidos. Por causa de suas pregações sobre Jesus, foi preso por 1 ano até voltar para Roma. Abaixo detalhes do pátio interior desse mercado.
Depois da Biblioteca e à direita do Mercado, entra-se na Avenida de Mármore que vai até o GrandeTeatro.
De lá temos uma bonita vista do Mercado Municipal e Biblioteca.
No chão da Avenida de Mármore está um interessante desenho que é atribuído às prostitutas do bordel, e servia para indicar a direção da “casa do amor”. No desenho se vê um pé esquerdo que indica a direção, um coração (simbolizando o amor), uma moeda (indica que o “serviço”é pago), uma mulher, e um cartão (indicaria os preços das diferentes mulheres). Ao que parece as prostitutas já tinham descoberto naquela época que “a propaganda é a alma do negócio”. Incrível!
Numa encosta, ao final da Avenida de Mármore, está o fantásticoGrandeTeatro que ainda está sendo escavado. Foi originalmente construído com 24.000 lugares que os romanos ampliaram para acomodar 40.000 pessoas.
Os romanos construíram também uma parede enorme na frente, para impedir que as pessoas se distraíssem com a rua e a vista do porto. Os assentos eram divididos em 3 partes: embaixo os políticos, depois os ricos e em cima os pobres. Alguma semelhança com a nossa realidade é mera coincidência?
TEMPLO DE ÁRTEMIS
Ao lado da cidade de Éfeso foi erguido uma das 7 Maravilhas do Mundo Antigo: o Templo de Ártemis, deusa grega da fertilidade. Era o maior templo do mundo antigo, todo construído em mármore, com uma mescla dos estilos egípcio, assírio e hitita, composto de 127 colunas de 1,2 metros de diâmetro por 20 de altura. Simplesmente monumental! Sua decoração era riquíssima, com diversas obras de arte, dentre elas a da deusa Ártemis em ouro, prata e ébano.
Modelo do Templo de Ártemis segundo o Miniaturk (parque de miniaturas) em Istambul.
A complicada história desse monumento já dava mostras de qual seria o seu fim. O Templo, que foi construído em 550 a.C, levou 200 anos para ser concluído, e foi queimado por um louco em 356 a. C. Sua reconstrução levou 20 anos, mas foi novamente destruído por um ataque dos godos em 262 a.C. Terremotos que ocorreram na região acabaram de destruí-lo, transformando-o em uma pilha de entulhos, e passou a ser saqueado por vendedores de pedras. A ação do tempo ao longo dos anos foi responsável por deteriorá-lo e cobri-lo por completo. Hoje resta apenas 1 coluna no local.
Algumas colunas de granito estão em Istambul na Basílica de Santa Sofia e na Cisterna da Basílica. Objetos de grande valor arqueológico foram levados para Londres e hoje estão expostos noBritish Museum. No Museu de Éfeso na cidade de Selçuk, estão as imagens originais de Ártemis, que como deusa da fertilidade era pintada com múltiplos seios que simbolizavam sua condição fértil.
Ao sair de Éfeso tivemos a oportunidade de visitar uma fábrica de roupas de couro. O interessante de se conhecer e comprar roupas de couro na Turquia é que esse material, devido a forma que é confeccionado, é diferente e especial. O couro passa por uma máquina que o deixa muito fino, como se fosse um seda, e por isso ficou mundialmente conhecido como “pele de seda”. Grifes famosas comoArmani, Gucci, Prada, têm fabricas por lá para confeccionarem peças com esse tipo de couro. O couro é de ovelha, e a alimentação orgânica é um dos segredos da pele ser tão boa. É o segundo produto de exportação da Turquia, e as peças dessa fábrica têm certificado de qualidade.
A visita começa com um desfile, onde é servido o típico chá turco, e após o desfile os turistas são convidados a conhecer a imensa loja da fábrica com artigos para todos os gostos e bolsos. Os vendedores são muito eficientes, e como nos bazares, o que vale aqui é a pechincha para seu casaco sair por menos da metade do preço. Não resisti em levar um lindo casaco, mas o problema é que tinha de ter a manga encurtada. Problema?No problem! Rapidamente uma equipe de costureiras está de prontidão para fazer pequenos acertos (sem custos), e em menos de 15 minutos meu casaco estava pronto!
E sem nenhum atraso lá fomos nós para o ônibus para seguir viagem. Então, até Pamukkale!MARIA / TEMPLO DE ARTEMIS
A melhor maneira para se chegar à região onde começa a viagem a Éfeso /Pamukkale / Capadócia, é sem dúvida de avião, porque ganha-se muito tempo, é menos cansativo e não é caro. Veja a região no mapa (clique no mapa para ampliar)
Uma parte do nosso grupo, que fez todo o trajeto de ônibus desde Istambul, comentou que essa é uma péssima opção porque, além da viagem ser cansativa, as cidades que se visita no roteiro terrestre são sem atrativos (Çanakkale / Tróia / Pérgamo). De avião ainda tivemos a vantagem de ganhar mais tempo em Istambul, tanto na ida como na volta (1 dia e meio ao todo).
De Istambul pegamos um avião que vai até Izmir e de lá um translado até oHotel Sealight em Kusadasi. Como chegamos à noite apenas jantamos e fomos descansar, mas na manhã seguinte bem cedo tivemos uma surpresa ao olhar a vista da sacada do nosso quarto.
O hotel é muito agradável, fica numa região muito bonita e foi uma pena não ficarmos mais tempo por lá. Saímos bem cedo para iniciar a viagem e nem tivemos a chance de conhecer Kusadasi. Essa é uma dica para quem vai à região: fique ao menos 1 dia para conhecer a cidade, vale a pena.
A saída logo cedo de Kusadasi é essencial para dar conta de visitar 3 pontos turísticos importantes num só dia: a Casa da Virgem Maria;Éfeso e Pamukkale. Graças à organização da nossa guia foi possível fazer todo o roteiro a tempo, mas se o grupo se atrasar a conseqüência é chegar em Pamukkale ao anoitecer e não ver o "Castelo de Algodão", o que seria inaceitável.
CASA DA VIRGEM MARIA
Nossa primeira parada foi na Casa da Virgem Maria, que fica no cume do monte Coresus, a 8 km da cidade de Éfeso.
Conta a história que Maria e outros apóstolos foram perseguidos após a morte de Jesus. Como vivia como fugitiva, Maria preferiu morar longe da cidade, nas montanhas, e então São Jõao a trouxe para morar neste local próximo a Éfeso. Na verdade não se sabe ao certo se ela morreu neste local ou se voltou a Jerusalém, só se sabe que usou esta casa que só foi descoberta no século XIX de uma maneira muito peculiar.
Uma monja alemã, chamada Anne Catherine Emmerich,que viveu entre os anos de 1774-1824, sonhou com a casa da Virgem sem nunca ter estado em Éfeso. Ela descreveu esse sonho a um escritor,Clemens Brentano, que publica sua história em um livro em 1824, "The Life of The Blessed Virgin Mary", e a partir desse livro a casa foi descoberta. O Vaticano realizou 15 anos de estudo sobre o assunto até reconhecer a casa como autêntica e construir uma igreja no local. A casa que se vê hoje é uma réplica da que foi achada em ruínas. Ela fica em uma bela região, a 435 metros acima de Éfeso e com uma bela vista do Mar Egeu. O local é bem cuidado e a casa é circundada de um agradável jardim. Infelizmente não é permitido tirar fotos de dentro da casa.
Uma monja alemã, chamada Anne Catherine Emmerich,que viveu entre os anos de 1774-1824, sonhou com a casa da Virgem sem nunca ter estado em Éfeso. Ela descreveu esse sonho a um escritor,Clemens Brentano, que publica sua história em um livro em 1824, "The Life of The Blessed Virgin Mary", e a partir desse livro a casa foi descoberta. O Vaticano realizou 15 anos de estudo sobre o assunto até reconhecer a casa como autêntica e construir uma igreja no local. A casa que se vê hoje é uma réplica da que foi achada em ruínas. Ela fica em uma bela região, a 435 metros acima de Éfeso e com uma bela vista do Mar Egeu. O local é bem cuidado e a casa é circundada de um agradável jardim. Infelizmente não é permitido tirar fotos de dentro da casa.
Também existe um monastério que cuida da preservação do local, e uma loja com lembrancinhas exclusivas.
Desde a visita do Papa Paulo VI em 1967, a Casa da Virgem Maria se tornou local oficial de peregrinação da Igreja Católica e todos que passam por lá acendem velas, bebem a água benta das fontes, e colocam em um muro bilhetinhos com pedidos ou agradecimentos à Virgem.
ÉFESO
Após a visita à Casa da Virgem Maria, descendo a montanha em um pequeno percurso de carro, se chega a Éfeso, cujo nome vem do grego e significa “abelha”, porque na primavera é comum aparecerem muitas abelhas por lá. Como fomos no início do inverno não vimos nenhuma abelha, mas descobrimos que era a melhor época para visitar o local porque o tempo estava firme e agradável. Um grande problema para o turista é tentar visitar Éfeso no verão. Nossa guia nos disse que já enfrentou temperaturas acima de 45º. Com um calor desses muitos turistas que começam o passeio desistem no meio do caminho porque o trajeto é longo e não existem sombras. Por isso, evite ir até lá no verão!
Éfeso foi uma das cidades mais ricas de sua época e um importante centro do cristianismo. É um lugar fantástico, cheio de história e cultura.
A cidade de Éfeso foi construída e reconstruída cinco vezes. A primeira, do século XI a.C, era uma cidade grega, e a última foi construída pelos romanos no século II D.C., e são desta cidade as ruínas que se vê no local.
Há 650 anos a cidade está sendo escavada, e ainda hoje apenas 20% foi descoberta. As escavações continuam por toda parte, ainda há muito para se conhecer, e hoje é considerado um dos maiores sítios arqueológicos do mundo.
Galpão fechado destinado às escavações das "casas da ladeira" em Éfeso
Antes o local era um vale fértil, com um golfo que abrigava um importante porto de carga internacional. Com cerca de 500.000 habitantes, era uma das maiores cidades da Ásia e o povo, que era comerciante, um dos mais ricos. Foi um influente centro comercial, religioso e político e chegou a ser considerada a mais ilustre das cidades. Como capital do Império Romano na Ásia, tinha grande poder econômico devido ao comércio e aos impostos, e sua população, bem intelectualizada, sabia admirar as artes e a valorizá-las, o que está refletido em sua arquitetura clássica, com fachadas bem adornadas e esculturas gregas na maior parte dos lugares. O mapa abaixo mostra com detalhes como era Éfeso na antiguidade (para ampliar clique no mapa).
Entretanto a fama e a riqueza acabaram 600 D.C. quando após um terremoto a cidade foi destruída e soterrada. O mar e os rios inundaram o golfo por 15km para dentro do continente. Como conseqüência, os que sobreviveram abandonaram a cidade e hoje não se vê mais o golfo, pois ficou soterrado. As fotos aéreas abaixo, pesquisadas no site oficial de Selçuk, dão uma visão privilegiada do que é Éfeso hoje.
As ruínas de Éfeso têm duas entradas: uma pela entrada de Kusadasi e outra pela Porta de Magnésia, também conhecida como “porta de cima”, e é por onde a maioria dos turistas entram.
Logo na entrada o que se vê são as ruínas da parte administrativa, e o grande destaque é o Odeom, que era um anfiteatro para 1400 pessoas, e foi usado como parlamento da cidade, onde um teto de madeira protegia os políticos do sol e calor.
Detalhe de uma das portas do Odeom com nossa guia ao fundo. |
Após o Odeom aparecem os Templos dos Políticos, sendo um deles dedicado a Júlio César. Na seqüência está a administração estatal, o “Prytaneo”, onde ardia permanentemente o fogo sagrado e era o centro político da cidade.
Nesse local se concentravam padres pagãos que tinham poder de cura, e nas colunas se vê o símbolo da medicina em frente ao que seria o prédio do hospital.
Foram construídos muitos edifícios e templos dedicados aos imperadores romanos, com o intuito de manter um bom relacionamento com Roma. OTemplo de Domiciano é um deles, assim como a praça de mesmo nome.
Logo na entrada está a interessante figura da deusa grega Nice (Niké em grego), cujo nome significa "vencer". Acredita-se que esta peça fazia parte do Pórtico de Hércules. A figura representa a deusa carregando uma grinalda na mão esquerda e um ramo de tâmaras na outra.
Curiosidade: foi inspirado nessa deusa que empresários americanos criaram o logotipo da famosa marca de tênis Nike: é a asa vista ao contrário, um símbolo semelhante a uma asa em homenagem à deusa alada da vitória.
Curiosidade: foi inspirado nessa deusa que empresários americanos criaram o logotipo da famosa marca de tênis Nike: é a asa vista ao contrário, um símbolo semelhante a uma asa em homenagem à deusa alada da vitória.
Em frente à praça está o Monumento a Memnio, em homenagem a um político de nome "Gaius Memnio". Hoje este monumento está disposto como uma montagem de blocos, não é um reconstrução do monumento original que entre suas colunas suportava um teto cônico em forma de torre, que representava as virtudes de uma pessoa honrada.
O Portico de Hércules, que foi propositalmente construído estreito para evitar a entrada de veículos na cidade, se abre para a rua mais importante, aAvenida dos Curetes. Com seus 650 metros ela unia a parte administrativa e política com a parte pública da cidade.
Nessa avenida ocorria o comércio para as pessoas ricas, com lojas de mercadorias caras, e no seu piso de mármore podem-se ver inscrições que indicavam a presença de cristãos que ali residiam escondidos. Até o século IV o cristianismo era proibido e então, para os cristãos se identificarem secretamente, colocavam o símbolo de um peixe na frente se suas casas. Depois que esse símbolo foi descoberto, por segurança, foi substituído por esse tipo de estrela que se vê ao fundo.
Uma das obras mais importantes dessa avenida é a Fonte de Trajano, construída em homenagem ao Imperador Trajano, o primeiro não nascido em Roma, mas na Península Ibérica. O monumento tinha 3 metros de altura e uma estátua do imperador de 2 metros que, entretanto, não esboçava a realidade, já que o imperador tinha apenas 1,60m de altura, mas mostrava a importância dele no Império. Hoje de sua estátua só restou o pé.
E ao lado os Banhos de Escolástica, que foi construído no primeiro século e restaurado no século IV por uma senhora cristã rica chamada Escolástica. À esquerda da entrada pode-se ver sua estátua sem cabeça.
Era o local onde as famílias ricas moravam, nas chamadas “casas da ladeira”, e no interior dessas casas existem os mais belos mosaicos e afrescos romanos, dando uma idéia da alta posição social dos que ali viviam. Essas casas tinham um sistema de água encanada que funcionava por pressão, e ainda um sistema de calefação, banheiros e pátios.
A maior parte das ruínas das "casas da ladeira"ainda estão sendo escavadas.
O galpão de escavação das "casas da ladeira" não estava aberto para visitação, então pesquisei esta foto no site oficial de Selçuk.
Ao lado da Rua de Pedestres estava o curioso banheiro público da cidade, com seu complexo de latrinas, onde os homens podiam conversar enquanto tranquilamente faziam suas necessidades, um ao lado do outro sem nenhuma privacidade.
No centro do banheiro havia uma fonte e ainda um interessante sistema hidráulico embaixo das latrinas, onde a água corria para levar os dejetos e evitar possíveis odores.
Na frente da latrina também corria água utilizada pelas pessoas para se limparem. Dizem que esse banheiro público era utilizado ao mesmo tempo por homens e mulheres. Difícil acreditar!
Em seguida, na Avenida dos Curetes, nos deparamos com um dos mais bonitos monumentos da rua, o Templo de Adriano, construído em homenagem ao Imperador Adriano. Os relevos e adornos de seu frontão chamam a atenção pelo rico trabalho, e no friso interior está uma figura que lembra a mística e temida “Medusa”.
E ao lado do Templo de Adriano está uma pequena rua que levava ao bordelda cidade.
No final da Avenida dos Curetes está o monumento mais impactante de Éfeso: a Biblioteca de Celsius, que foi um famoso governador.
Construída no ano 106 da nossa era pelos filhos de Celcius depois de sua morte, foi originalmente projetada para ser seu mausoléu. Tornou-se, entretanto, uma das mais importantes e maiores bibliotecas da antiguidade, com um acervo de cerca de 12.000 livros.
Detalhe da entrada da Biblioteca |
Interior da Biblioteca |
Na entrada muito bem preservada, existem 4 estátuas que são réplicas das originais e representam: sabedoria; inteligência; virtude; conhecimento; as 4 virtudes que uma pessoa tinha de ter para entrar na biblioteca.
Estátua do Conhecimento (Sofia) |
Éfeso foi uma das cidades do Império Romano onde o cristianismo mais se difundiu. Foi também uma das primeiras cidades nas quais os apóstolos Paulo e João pregaram, difundindo o catolicismo. Dizem que o evangelho de João pode ter sido escrito ali. Paulo trabalhou na cidade nesse mercado por cerca de 6 meses como vendedor de tecidos. Por causa de suas pregações sobre Jesus, foi preso por 1 ano até voltar para Roma. Abaixo detalhes do pátio interior desse mercado.
Depois da Biblioteca e à direita do Mercado, entra-se na Avenida de Mármore que vai até o GrandeTeatro.
De lá temos uma bonita vista do Mercado Municipal e Biblioteca.
No chão da Avenida de Mármore está um interessante desenho que é atribuído às prostitutas do bordel, e servia para indicar a direção da “casa do amor”. No desenho se vê um pé esquerdo que indica a direção, um coração (simbolizando o amor), uma moeda (indica que o “serviço”é pago), uma mulher, e um cartão (indicaria os preços das diferentes mulheres). Ao que parece as prostitutas já tinham descoberto naquela época que “a propaganda é a alma do negócio”. Incrível!
Numa encosta, ao final da Avenida de Mármore, está o fantásticoGrandeTeatro que ainda está sendo escavado. Foi originalmente construído com 24.000 lugares que os romanos ampliaram para acomodar 40.000 pessoas.
Os romanos construíram também uma parede enorme na frente, para impedir que as pessoas se distraíssem com a rua e a vista do porto. Os assentos eram divididos em 3 partes: embaixo os políticos, depois os ricos e em cima os pobres. Alguma semelhança com a nossa realidade é mera coincidência?
TEMPLO DE ÁRTEMIS
Ao lado da cidade de Éfeso foi erguido uma das 7 Maravilhas do Mundo Antigo: o Templo de Ártemis, deusa grega da fertilidade. Era o maior templo do mundo antigo, todo construído em mármore, com uma mescla dos estilos egípcio, assírio e hitita, composto de 127 colunas de 1,2 metros de diâmetro por 20 de altura. Simplesmente monumental! Sua decoração era riquíssima, com diversas obras de arte, dentre elas a da deusa Ártemis em ouro, prata e ébano.
Modelo do Templo de Ártemis segundo o Miniaturk (parque de miniaturas) em Istambul.
A complicada história desse monumento já dava mostras de qual seria o seu fim. O Templo, que foi construído em 550 a.C, levou 200 anos para ser concluído, e foi queimado por um louco em 356 a. C. Sua reconstrução levou 20 anos, mas foi novamente destruído por um ataque dos godos em 262 a.C. Terremotos que ocorreram na região acabaram de destruí-lo, transformando-o em uma pilha de entulhos, e passou a ser saqueado por vendedores de pedras. A ação do tempo ao longo dos anos foi responsável por deteriorá-lo e cobri-lo por completo. Hoje resta apenas 1 coluna no local.
ll,m,n
casaco, mas o problema é que tinha de ter a manga encurtada. Problema?No problem! Rapidamente uma equipe de costureiras está de prontidão para fazer pequenos acertos (sem custos), e em menos de 15 minutos meu casaco estava pronto!
E sem nenhum atraso lá fomos nós para o ônibus para seguir viagem. Então, até Pamukkale!
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