Matéria da Revista Veja - 5 de Março...
“A Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seus próprios conceitos. O país que legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais e a prostituição reconhece que essa posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas”
Matéria publicada na revista Veja de 5 de março.
A Holanda se arrepende de liberar drogas e prostituição.
A Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seus
próprios conceitos. O país que legalizou a eutanásia, o aborto, as
drogas, o "casamento" entre homossexuais e a prostituição reconhece que
essa posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas.
Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título
“Mudanças na vitrine”, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que
a prostituição e as drogas foram legalizadas, tudo mudou em De
Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância
era aceita. "A região do De Wallen afundou num tal processo de
degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de
colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos
bordéis mais famosos da cidade foram revogadas.
Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos
alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de
funcionar a menos de 200 metros das escolas. Ao custo de 25 milhões de
euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito
prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem
galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo".
A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda
resultou "na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por
prostitutas". Nos primeiros três anos de legalização da prostituição,
aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país.
E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. "O objetivo da
descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas.
Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário
recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas.
(…) O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai 'turistas da
droga' dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez
proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína,
da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos
da Europa", afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã,
afirma: "Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais,
pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria
os grupos criminosos longe dessas atividades".
Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de
medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve
legalizar a maconha, o aborto (no editorial passado, vimos o caso de
Portugal), a prostituição, etc, citando a Holanda e outros países como
exemplo de "modernidade".
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: "A experiência holandesa não é a
única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na
tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse,
onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas,
tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura
coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição
e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis
residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda
para o bairro".
E a Dinamarca? "Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao
Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971.
A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada
pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a
reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a
tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de
modernidade".
Dessa "modernidade", não precisamos - Nunca.
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