Veja quais são os problemas de saúde relacionados à exposição a partículas presentes no ar.
Você deve ter lido por aqui algumas notícias sobre os níveis recorde de poluição registrados na China recentemente, e inclusive ter visto imagens da população usando máscaras de proteção. Para que você tenha uma ideia do problema, a qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo no momento da publicação desta notícia era considerada “Regular”, com um índice de partículas entre 51 e 100. Em Pequim, essa marca chegou a 755 em janeiro.
A concentração máxima disponível na tabela padrão para definir a qualidade do ar está entre 201 a 299 — considerada como péssima — e, se essa condição persistir na China, as autoridades terão que inventar novos indicadores. Mas você sabe o que a exposição a uma alta quantidade de partículas em suspensão é capaz de fazer com o nosso organismo?
Saúde em risco
Fonte da imagem: Reprodução/CETESB
Segundo o Smthsonian.com, a tabela indica a quantidade de partículas sólidas com menos de 2,5 micrômetros em suspensão por metro cúbico de ar. Com isso em mente, quando respiramos partículas maiores — normalmente com mais de 10 micrômetros —, elas acabam ficando retidas nos pelos ou muco presentes no nariz e na garganta.
Entretanto, as partículas mais finas podem acabar passando livremente pelas vias respiratórias e chegar aos alvéolos, estruturas nas quais ocorre o intercâmbio entre o oxigênio e o dióxido de carbono nos pulmões. Isso, com o passar do tempo, pode causar sérios danos à saúde — e, como você já deve ter imaginado, um dos principais problemas relacionados à exposição a essas partículas é o câncer de pulmão.
Perigo
PequimFonte da imagem: Reprodução/J Aaron Farr
O problema é tão sério que, de acordo com uma estimativa da OMS, 5% das mortes provocadas pelo câncer de pulmão no mundo — cerca de 800 mil por ano — são decorrentes da exposição às partículas finas. Além disso, também existem evidências de que a baixa qualidade do ar pode desencadear ataques cardíacos em pessoas com predisposição a desenvolver problemas no coração.
A lista de doenças é enorme — asma, tosse, dificuldades para respirar, diminuição da capacidade pulmonar etc. —, e isso sem considerar que também podem existir nanopartículas (com tamanhos inferiores a 100 nanômetros) em suspensão no ar. Esses minúsculos elementos podem penetrar ainda mais longe no nosso organismo, atravessando membranas celulares e causar ainda mais danos.
Marca recorde
Fonte da imagem: pixabay
Com relação aos índices observados na China, um estudo apontou que, graças às restrições aplicadas durante as Olimpíadas de 2008 para reduzir as emissões em Pequim, os níveis de alguns elementos associados a problemas cardíacos presentes no sangue da população caíram drasticamente durante esse período. Outro estudo revelou que, se as mesmas restrições fossem aplicadas permanentemente, o risco de a população desenvolver câncer de pulmão cairia pela metade.
Assim, com esse assustador panorama em mente, fica mais fácil entender por que é que vemos tantas fotos dos chineses saindo de casa usando máscaras protetoras, e o motivo de a população ter começado a exigir que o governo tome medidas efetivas para controlar as emissões.
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